sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A morte...

Como explicar a morte?
Como explicar a morte às crianças?
Tentar não fugir às perguntas; dizer sempre a verdade; dar respostas breves e simples (quando alguém morre o corpo deixa de funcionar, não come, não dorme, mas também já não tem dores).

Expressar as emoções
É importante explicar que os adultos às vezes precisam de chorar porque se sentem tristes e com saudades de quem morreu, e não há problema por isso.
As crianças apanham facilmente a sua mudança de humor e percebem que algo não está bem. Não se deve esconder, pois ao fazê-lo só lhe está a criar mais angústia.

Há coisas que se deve evitar dizer, como: está a descansar, está num sono eterno, foi-se embora.
Isto numa criança só vai servir para lhe criar medos de que um dia o pai ou a mãe não apareçam, ou mesmo de ter medo de ir dormir e não acordar.

O que para os adultos faz todo o sentido, não faz da mesma forma para a criança que tem a sua própria forma de interpretar o que lhe é dado. Daí a necessidade de sermos o mais claro possível.

Por vezes a criança faz uma pergunta que pode perturbar os pais, pode parecer mesmo insensível, e que é “quando é que tu (pai, mãe, avós) vais morrer?”
Não nos podemos esquecer que as crianças pequenas vêem a morte como algo temporário, mas percebem que a morte pode significar a separação dos pais, avós, dos que ama, e isso deixa-os apreensivos.
O que na realidade a criança quer saber é se vai estar lá para cuidar dela. E deve dizer-lhe exactamente isso, que vai cuidar dela ainda durante muito tempo.

As reacções da criança
A criança pode sentir-se triste, mas também muito chateada ou culpada. Por vezes, sente que por que se portou mal aconteceu algo de mal a quem ama. É importante que ela sinta que, de facto, nada do que fez ou disse levou à morte de alguém.

A criança pode também regredir (nomeadamente voltar a chuchar no dedo, na chupeta,etc), pode tornar-se demasiado dependente ou simplesmente ficar muito activa porque não sabe lidar com a sua dor.

É importante que deixe a criança decidir como faz o seu luto. Ela pode chorar ou não.

É importante que mantenha as rotinas, quanto mais depressa o fizermos melhor para a criança. As rotinas dão às crianças uma sensação de segurança muito importante depois de um acontecimento marcante.

Uma questão que preocupa muito os pais é o funeral, deve ou não a criança participar. É importante perceber que aquilo que se aplica aos adultos também pode aplicar-se às crianças, ou seja, o funeral é um momento de despedida e por isso a criança deve ter oportunidade de ser questionada se quer ou não despedir-se de quem morreu.

Claro que para crianças pequenas, até aos 6-7 anos, será melhor os pais ajuizarem da necessidade destas se despedirem ou não de quem morreu, isto claro sempre no caso de pessoas muito próximas. A partir desta idade pode perguntar à criança o que gostaria de fazer. Nenhuma criança deve ser obrigada a ir a um funeral se não é essa a sua vontade.

Igualmente importante é antecipar aquilo que a criança vai ver no local onde se desenrola o funeral. Explicar os rituais que envolve, de uma forma simples, para não ser um choque. Devem ser igualmente evitados os momentos em que esteja demasiada gente. Procurar um momento mais calmo para a criança possa absorver o momento sem se sentir pressionada por todo o ambiente pesado habitual nestas ocasiões.

Falar de algo tão complexo como a morte com as crianças pode tornar-se muito desconfortável quando sentimos que não temos todas as respostas. Em especial as crianças mais pequenas esperam que os pais saibam tudo, só que acontece que este é um assunto com o qual mesmo os adultos têm dificuldade de lidar.

Para isso, basta aproveitar as oportunidades que vão surgindo, quer no dia a dia, por exemplo com um pássaro morto, uma mosca, até aos filmes de banda desenhada que as crianças vêem, nomeadamente o “Rei Leão”, que aborda o ciclo da vida, acabando por ter também a morte por tema.

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