sábado, 30 de abril de 2011

Metodologia

A Metodologia é o estudo dos métodos. Ou então as etapas a seguir num determinado processo.
Tem como objetivo captar e analisar as características dos vários métodos indispensáveis, avaliar suas capacidades, potencialidades, limitações ou distorções e criticar os pressupostos ou as implicações de sua utilização.
Além de ser uma disciplina que estuda os métodos, a metodologia é também considerada uma forma de conduzir a pesquisa ou um conjunto de regras para ensino de ciência e arte.
A Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa. É a explicação do tipo de pesquisa, do instrumental utilizado (questionário, entrevista etc), do tempo previsto, da equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas de tabulação e tratamento dos dados, enfim, de tudo aquilo que se utilizou no trabalho de pesquisa.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Didáctica

O termo didática foi instituído por Comenius (Jan Amos Komensky) em sua obra Didática Magna (1657), e originalmente significa “arte de ensinar”. Durante séculos, a didática foi entendida como técnicas e métodos de ensino, sendo a parte da pedagogia que respondia somente por “como” ensinar. Os manuais de didática traziam detalhes sobre como os professores deveriam se portar em sala de aula. Tradicionalmente, os elementos da ação didática são: professor, aluno, conteúdo, contexto e estratégias metodológicas.

Com o estudo dos paradigmas educacionais nos cursos de pedagogia e de formação de professores, amplia-se o conhecimento em relação à didática. Em cada tendência pedagógica diferem visão de homem e de mundo e modifica-se a finalidade da educação, mudam o papel do professor, do aluno, a metodologia, a avaliação, e, consequentemente, muda-se a forma de ensinar.
Atualmente, a didática é uma área da Pedagogia, uma das matérias fundamentais na formação dos professores, denominada por Libâneo (1990, p. 25) como “teoria do ensino” por investigar os fundamentos, as condições e as formas de realização do ensino. Segundo Libâneo (1990):
a ela cabe converter objetivos sócio-políticos e pedagógicos em objetivos de ensino, selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos, estabelecer os vínculos entre ensino e aprendizagem, tendo em vista o desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos. [...] trata da teoria geral do ensino (p. 26).
A disciplina de didática deve desenvolver a capacidade crítica dos professores em formação para que os mesmos analisem de forma clara a realidade do ensino. Articular os conhecimentos adquiridos sobre o “como” ensinar e refletir sobre “para quem” ensinar, “o que” ensinar e o “por que” ensinar é um dos desafios da didática. Segundo Libâneo (1990), a didática é:
uma das disciplinas da Pedagogia que estuda o processo de ensino através de seus componentes – os conteúdos escolares, o ensino e aprendizagem – para, com o embasamento numa teoria da educação formular diretrizes orientadoras da atividade profissional dos professores.
Esse mesmo autor indica que a didática “investiga as condições e formas que vigoram no ensino e, ao mesmo tempo, os fatores reais (sociais, políticos, culturais, psicossociais) condicionantes das relações entre docência e aprendizagem” (p. 52).
A didática, fundamentada na dialética, é um campo em constante construção/reconstrução, de uma práxis que não tem como objetivo ficar pronta e acabada.
Fontes:
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1990.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

 
 
"Ser criança é acreditar que tudo é possível.
É ser inesquecivelmente
"Ser criança é acreditar que tudo é possível.
É ser inesquecivelmente feliz com muito pouco.
É tornar-se gigante diante de gigantescos pequenos obstáculos.
Ser criança é fazer amigos antes de saber o nome deles.
É conseguir perdoar muito mais fácil do que brigar.
Ser criança é ter o dia mais feliz da vida, todos os dias.
Ser criança é o que a gente nunca deveria deixar de ser".
Gilberto dos Reis

sábado, 16 de abril de 2011

História para reflectir

Rafael diz não a tudo

É sexta-feira. A mãe vai buscar Rafael ao infantário. Lá fora está frio e a chover.
— Olá, Rafael — diz a mãe, e vai buscar a gabardine ao cabide.
— Não — diz Rafael. — Não a visto.
— Mas está a chover — diz a mãe, e vai buscar as galochas.
— Não visto o casaco! — continua Rafael.
— Assim vais ficar todo molhado.
— Não — Rafael bate com o pé no chão. — Quero um guarda-chuva! Se não, fico aqui.
— Então o pai vai ficar triste — responde a mãe. — Hoje, ele queria montar o comboio contigo.
— Não, não visto a gabardine! — grita Rafael.
A mãe nunca o vira assim. Como não quer continuar a discutir, dá-lhe o guarda-chuva dela.
— Vamos — diz.
Satisfeito, Rafael caminha orgulhoso para fora do infantário.
— Adeusinho! — diz aos outros meninos.
Assim que entram no autocarro, a mãe sugere:
— Vamos sentar-nos aqui. Assim podemos olhar pela janela.
— Não — responde Rafael. — Quero ir em pé!
— Mas o motorista faz travagens muito rápidas! Não quero que caias.
— Não. Ir sentado é aborrecido.
A mãe está admirada. O que se passa com o Rafael? Esta manhã também não queria que lhe penteasse o cabelo. E, em vez dos cereais, quis à força pão com doce.
No final da viagem, Rafael tem uma nódoa negra no joelho, mas sente-se satisfeito.
Quando entram em casa, vem um cheiro maravilhoso. A avó de Rafael está a fazer panquecas.
— Olá, Rafael! Hoje é o teu prato preferido — grita alegre da cozinha.
— Não, hoje não como panquecas.
Para ser sincero, até queria comer panquecas, mas ontem decidiu que hoje ia dizer não o dia todo. Ontem a mãe tinha dito não a tudo o que ele queria. Ficou tão zangado!
Pega numa maçã e mastiga-a sem grande vontade.
— Anda lá, Rafael — diz a avó. — Tive tanto trabalho!
— Não — insiste Rafael. Sente a água a crescer-lhe na boca e tem a barriga a dar horas.
— Bom, já chega de dizer não! — declara a mãe. — Estiveste com isso o dia todo. O que é que se passa?
— Estou furioso!
— Então porquê? — pergunta a avó.
— Ontem a mãe disse sempre não — responde Rafael. — Os adultos também passam o tempo todo a dizer não. Queria tanto ver os Simpsons na televisão.
— Agora estás a ser injusto — diz-lhe a mãe. — Já tinhas visto um programa. Tínhamos ambos decidido que escolhias um programa para ver e depois desligávamos a televisão.
— Os outros meninos do infantário têm autorização para ver sempre os Simpsons.
— Os outros são os outros, e tu és tu — diz a mãe.
— Nós antes não tínhamos televisão — conta a avó. — E mesmo assim divertíamo-nos  imenso. Além do mais, com a tua idade, eu já sabia fazer panquecas sozinha.
— A sério? — pergunta agora Rafael. — Fazias tudo sozinha?
— Sim — responde a avó satisfeita. — A minha mãe só vigiava ao fritá-las.
— Que fixe!
— Anda — diz a avó. — Hoje podes fazer as tuas panquecas, queres?
E Rafael grita, bem alto:
— Sim!
Elisabeth Zöller
Stopp, das will ich nicht
Hamburg, Ellermann, 2007
Tradução e adaptação